terça-feira, 7 de maio de 2013

Carolina

 (parte 1)



Carolina era uma menina meiga, amada por todos e sua família era sempre muito presente. Tinha 16 anos, uma fase muito difícil para muitos, entretanto, Carolina não tinha problemas (aparentemente). Muito estudiosa, havia ganhado uma bolsa de estudos em uma escola particular não tão perto de onde morava. Tomava dois ônibus até chegar lá. Ia sozinha todos os dias. Gostava muito do lugar onde estudava, das pessoas, dos professores... Carregava com ela sempre uma agenda, não se descuidava nem por um segundo. Ali estava guardado seus segredos mais ocultos. 
 Chegado o fim de semana, sua família decidi viajar, ir ao litoral, lugar onde Carolina tinha repugna, detestava a sensação da areia em seus pés. Arrumando suas malas, seus olhos entregavam a raiva que sentia por estar indo contra sua vontade. Sua mãe a apresava. Corriam, pois à tarde o transito era caótico naquela região. Jogou suas malas dentro do carro e se sentou. Deram partida. Carolina estava quieta, sua mãe estranhou, porém não disse nada, afinal a menina não queria ir.
 Chegando a praia, sua mãe e seu pai estavam eufóricos, queriam ir logo ao mar. Deixaram suas malas no apartamento e Carolina resolveu ficar por lá. Ao ficar sozinha, ligou seu rádio, o som estava extremamente alto, estava incomodada com aquele lugar e a única coisa que a deixava melhor, era a música. Sentou-se e pegou a agenda, que era uma espécie de diário, onde NINGUÉM podia nem se quer tocar. Colocava ali seus sentimentos mais profundos, suas ideias, vontades, seus desenhos e textos... Era algo que a permitia ser quem realmente queria. 
 Sua família havia feito dela uma marionete, esperando ser o centro das atenções pela filha exemplar que tinha e pela vida feliz que levava. Mas aquele teatro não duraria muito. 

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