(parte 4)
No caminho, Carolina permanece quieta enquanto seus pais
discutem sobre o que falarão dessa vez. Embora Jorge aparentasse ser mais compreensível não tão interessado em aparecer, sabia que poderia ganhar seus reconhecimentos
com tal teatro e assim, resolvia apoiar sua esposa. Carolina estava com seus
fones de ouvido, decidida a não ouvir aquela discussão fútil de seus pais.
Ao chegar à casa dos seus tios, todos estão se
cumprimentando calorosamente, sem nem se quer disfarçar tamanha falsidade, enquanto
Carolina senta no sofá esperando que ninguém a note. Sua tia Eliza começa com o
discurso que Carolina já tem gravado em sua cabeça:
- Amor da titia como chega e não me cumprimenta? O que está
acontecendo com você? Vamos lá... O que tem para me contar, como está na
escola? – Os olhos de Eliza brilham, esperando as respostas doces na qual
estava acostumada a ouvir de Carolina.
- A escola é ótima, entretanto não tenho nada pra te contar,
desculpe tia, mas não estou a fim de conversar. – Carolina vai até a cozinha.
Sua tia questiona Júlia e Jorge a respeito do comportamento
de Carolina. Eles dizem que é só um momento, que a menina está atarefada demais
e não tem tempo pra quase nada. Falam que Carolina participará de alguns
eventos na escola e precisa se concentrar um pouco mais. Carolina volta à sala
perguntando o que conversavam:
- Do que estão falando? Pelo que eu me lembre, não tenho
nenhum evento na escola... Mãe a senhora não acha que já está mais do que na
hora de parar? – Carolina olha para a Júlia com o mesmo olhar frio de tempos
antes.
Seu pai tenta mudar de assunto perguntando sobre o marido de
Eliza:
- Eliza, onde está Diogo? Precisava tanto falar com ele...
- Perdão Jorge, com essa correria acabou não dando pra
contar. Diogo foi viajar a trabalho e talvez só volte no mês que vem. –
Carolina interrompe pedindo para ir embora.
Júlia concorda com sua filha. Todos se despedem e voltam
para casa. Carolina entra no carro já imaginando que levaria uma bronca, mas
não dá importância, coloca seus fones novamente. Ao chegar, corre para o quarto, já era tarde
da noite e precisava dormir, esperava que Nick fizesse o que havia pedido.
No pátio da escola, a menina espera por seus amigos. Nota
que ao entrar, Nick carrega um embrulho, e sente-se aliviada por ele não ter
esquecido. Ela abre o embrulho:
- Essa boneca está perfeita Nick, obrigada! – Ela põe a
boneca em sua bolsa e corre para a sala.
Nick fica sem saber o porquê Carolina queria aquela boneca, mas
não dá tempo de perguntar.
Carolina chega em casa, costura cordas na boneca a deixando
como uma marionete e começa a escrever um bilhete: “ Bom, acho que é isso o que
vocês esperam de mim. Pois bem, tenho uma leve impressão de que se arrependerão
de suas atitudes... Todos tem seus limites, e eu cheguei no meu!”. Carolina
deixa o bilhete e a boneca quebrada em cima do criado mudo de seus pais e sai
da casa...
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