(parte 2)
Carolina estava sentada perto da janela escrevendo quando
seus pais chegam, sua mãe se incomoda com o barulho do rádio e o desliga.
- Carolina, quantas vezes vou ter que falar que não quero
você ouvindo esse tipo de musica?
- Vamos Júlia, deixe Carolina aí, não está vendo que a
menina está escrevendo? – Diz Jorge, pai de Carolina.
Carolina abaixa a cabeça para não mostrar seu nervosismo
enquanto seus pais saem da sala. Rasga a folha de sua agenda e guarda no bolso.
Sai do apartamento sem rumo algum...
Embora não suporte areia, foi caminhar na beira do mar,
achou que pudesse se acalmar ali de algum jeito, porém voltou pior. Era inevitável,
Carolina não suportaria aquela situação por muito mais tempo, não aguentava
mais se sentir a “boneca” de seus pais.
Chega então o fim de sua viagem, acabou o fim de semana e
eles voltarão para a casa. Carolina sente-se aliviada.
Quando chegam, Júlia pede a sua filha que arrume suas
coisas, pois no dia seguinte haveria aula, sem nem pensar, Carolina corre para
o quarto, tranca a porta, abre sua gaveta, esconde a agenda e arruma seu material.
Ansiosa para que chegue logo o outro dia, vai dormir.
Ás 6 da manhã Carolina acorda e vai se arrumar, pega sua
agenda e seu material e vai para a escola. Já no segundo ônibus, ela começa a
escrever:
- Esse fim de semana foi de fato, o pior. Eles não cansam de
fazer esse teatro, tento me controlar, mas está difícil...
Ao chegar à escola, a menina corre para junto de seu grupo
de amigos... Sua mãe sempre achou que eles não fossem boas influências para
Carolina, dizia que se vestiam mal, falam de um jeito estranho, tinham um gosto
musical péssimo e sempre pareciam estar escondendo algo. Porém Carolina nunca
se importou, afinal fazia muito tempo que ela não se importava com alguma coisa
que sua mãe dizia.
Carolina passa o papel que estava em seu bolso para um de seus amigos, Nick olha
espantado para ela e pregunta:
- Como assim?! Você tem certeza de quer que eu traga?
- Oras Nick, se não quisesse, não pediria. – Ela ri com certo
sarcasmo em seu olhar.
O sinal toca e todos vão apresados para suas salas, enquanto
Carolina caminha tranquilamente pelo corredor.
Na aula, a professora chama-a a atenção irritada, pois,
Carolina desenhava. Em sua cabeça, a menina já havia decidido, não deixar que
seus pais aproveitassem dela. E em seus desenhos tramava planos.
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